Meu cordial bom dia, queridos alunos!
Depois de conhecermos na aula passada a pintura corporal feita com pigmentos naturais pelo povo indígena dos Pataxó e os hábeis desenhistas da sociedade Kadiwéu convido você a refletir:
Será que o mundo hoje é igual ou diferente de quando seus avós tinham sua idade? O que será que continua igual? E o que será que mudou?
Você acha que as obras de arte refletem as mudanças que acontecem no mundo? E os artistas, será que mudam o jeito de fazer arte como o passar do tempo?
O mundo à nossa volta está em constante mudança e transformações criando novas formas de cultura e de práticas sociais.
A arte nos ajuda a refletir sobre essa problemática quando desperta o olhar sensível e a reflexão do público.
Convido você a conhecer o trabalho de Romuald Hazoumè (1962-), um dos artistas africanos de maior projeção internacional na arte contemporânea. Ele produz esculturas, pinturas e fotografias, mas é mais conhecido por suas “máscaras” — feitas a partir de galões de plástico que transforma em máscaras estranhas, valeram-lhe, em 1989, o apelido de artista-galão, essa série foi iniciada em meados dos anos 1980, na qual ele utiliza galões de plástico descartados e outros materiais para criar.
Esses galões em Benim (é um país localizado à África ocidental), são usados com frequência para transportar arroz até a fronteira com a Nigéria, o qual depois é trocado no mercado negro por gasolina.
Suas obras são inspiradas nos mitos e tradições de sua terra natal e denunciam as más condições de vida e a falta de proteção dos habitantes da África.
Para uma compreensão dentro de um contexto histórico, as máscaras de Hazoumè podem ser relacionadas às máscaras tradicionais iorubás feitas para fins religiosos.
Além de fazer referência à representação ancestral das máscaras iorubás, a obra de Hazoumè trata de questões políticas, sociológicas, identitárias e de arte. Muitas das máscaras de Hazoumè, por exemplo, mostram uma personalidade que ele quis explorar.
Segundo o artista, a maior parte de suas máscaras retrata pessoas reais. É possível perceber nelas tipos de penteados e expressões faciais. As máscaras de Hazoumè podem tanto divertir quanto instigar quem as observa. Seu trabalho consegue ter seriedade, ironia e humor.
O povo iorubá tem uma das mais altas incidências de nascimento de gêmeos do mundo. Esse fenômeno é atribuído a fatores genéticos. Muitos iorubás acreditam que os Gêmeos podem trazer riqueza às suas famílias.
Mas, para que promovam a prosperidade, os gêmeos precisam ser homenageados. Se forem ofendidos ou ignorados, podem levar os familiares à pobreza. Por esse motivo, a figura dos gêmeos é muito presente nas representações da cultura iorubá e surge também nas máscaras de Hazoumè.
Observe as imagens a seguir.
:: REFLEXÃO
- Observe o que as máscaras (de Hazoumè e a Iorubá) têm em comum? O que têm de de diferente?
Ao transformar os galões de plástico, que são símbolos de violência e escassez, em obras de arte, o artista dá novos significados a esses objetos, resgata e valoriza a tradição iorubá.
Lembrando que os galões usados por Hazoumè são os mesmos utilizados no tráfico de combustíveis que acontece em Porto Novo (capital de Benim). Esse é um problema socioambiental importante na região e, por isso, o artista trouxe para a sua obra.
A Nigéria, país vizinho ao Benim, é um dos maiores produtores de petróleo do continente africano. Entretanto, a maior parte desse petróleo é exportada para outros continentes, não sendo, portanto, comercializado na própria região.
Em Benim, por exemplo, os rios costumam ser escolhidos pelos traficantes para cruzar a fronteira entre os dois países com o combustível ilegal. Isso porque são caminhos mais curtos e mais fáceis de escapar da ação das autoridades.
Galões utilizados para o tráfico de combustível no Benim em foto 2015.
MÃOS À OBRA!!!!
Após você conhecer as máscaras de Romuald Hazoumè, vamos a proposta dessa aula. Selecionar material reciclados como galões de detergentes, amaciantes, tampas, lã, botões e etc., para produzir a sua máscara inspirada nas obras do artista plástico africano Hazoumè.
ALUNO ESPERO QUE ESTEJA DESENVOLVENDO OS TRABALHOS DAS AULAS ANTERIORES. ASSIM QUE TIVEREM PRONTOS FOTOGRAFEM E ENVIEM PARA O NOSSO CONTATO. EMAIL - emacralves@gmail.com | guerra.lena@gmail.com
TODO TRABALHO DEVERÁ SER GUARDADO NUMA PASTA OU ENVELOPE, APÓS SER ENVIADO PELO EMAIL.
Importante: Todas as segundas-feiras estarei online de 14:00 às 15:00 para tirar as dúvidas de vocês ao vivo no chat do blog! E obedeçam a recomendação:
:: REFERÊNCIAS
Pougy, Eliana; Vilela, André. Teláris 8º ano ensino fundamental, anos finais. 1.ed. São Paulo: Ática, 2018
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