LP - 7º Ano - Aula 11 - Predicação verbal: Verbos transitivos e Intransitivos


Bom dia, alunos! Como vocês estão? Todos se cuidando? Vamos à nossa aula de hoje!


Faça as anotações em seu caderno.

:: Transitividade verbal

Para que se compreenda qual é o tipo de predicação estabelecida na oração, é importante entender, também, o conceito de transitividade verbal, processo por meio do qual a ação verbal se transmite (ou transita) a outros termos da oração, que atuam como seus complementos.

Dessa forma, quanto à predicação, os verbos apresentam a seguinte classificação:

1) verbos intransitivos;

2) verbos transitivos
• diretos, 
• indiretos, 
• diretos e indiretos.

:: Verbos intransitivos

Há verbos cujos sentidos não dependem de complementos, pois eles já contêm em si mesmos uma ideia, uma ação. Esses verbos apresentam, portanto, predicação completa e classificam-se como verbos intransitivos. Veja os exemplos:

Nossas encomendas partiram.
As plantas morreram.
As crianças nadam.
Em agosto, as plantas nascem.

Observe que, para a compreensão da informação sobre o sujeito das orações acima, não necessitamos de outros complementos além do verbo. Isso é possível porque os verbos destacados apresentam ideia de ação completa.

:: Verbos transitivos

Por outro lado, há verbos que trazem consigo a necessidade de complementação por outros termos para formarem o predicado. São verbos que apresentam predicação incompleta e são denominados verbos transitivos. Veja exemplos:

José puxou a rede no fim da tarde.
No sábado, nós assistimos ao desfile.
Eu comprei os melhores livros da promoção.
Sebastião encontrou o dinheiro embaixo da cama.

Percebe-se que os verbos acima, sem os respectivos complementos, apresentam informação incompleta. A fim de facilitarmos a identificação do verbo quanto à predicação, podem-se fazer perguntas a ele: puxou - o quê? Assistimos - a quê? Comprei - o quê? Encontrou – o quê?

As perguntas acima indicam que a relação entre os verbos transitivos e os complementos pode se estabelecer de diferentes modos. Em algumas vezes, os verbos ligam-se aos complementos diretamente (verbos puxar e comprar); outras vezes, o próprio verbo transitivo irá indicar o uso de uma preposição que faça essa ligação (verbo assistir “solicita” a preposição "a" antes do complemento – verbo encontrar).

Por isso, os verbos transitivos classificam-se em:

a) diretos, 
b) indiretos,  
c) diretos e indiretos

:: Verbos transitivos diretos

São os verbos cuja relação com o seu complemento é construída de modo direto, ou seja, sem a presença de preposições que se interponham entre eles. Assim, nessa relação, o complemento verbal é denominado objeto direto. Considere os seguintes exemplos:

João trazia suas ferramentas na mala.
(trazia = verbo transitivo direto / suas ferramentas = objeto direto)

Nós adotamos os cães.
(adotamos = verbo transitivo direto / os cães = objeto direto)

Naquela noite, ela usou o longo vestido negro.
(usou = verbo transitivo direto / o longo vestido negro = objeto direto)

Comprei o terreno e construí a casa.
(comprei e construí = verbos transitivos diretos / um terreno e a casa = objetos diretos)

:: Verbos transitivos indiretos

São aqueles que necessitam de uma preposição para se ligarem ao complemento verbal, fazendo com que a relação entre eles seja estabelecida de modo indireto. Seu complemento denomina-se, portanto, objeto indireto. Veja exemplos:

Os filhos obedecem aos pais.
(obedecem a - obedecer a = verbo transitivo indireto / os pais = objeto indireto)

“Ansiava pelo novo dia que vinha nascendo.” (Fernando Sabino)
(ansiava por - ansiar por = verbo transitivo indireto / o novo dia = objeto indireto)

Ele crê na sua absolvição em breve.
(crê em - crer em = verbo transitivo indireto / a sua absolvição = objeto indireto)

Observe que nos casos acima as preposições e os artigos estão contraídos, ou seja, estão unidos para que formem uma única palavra, mesmo que em alguns casos sofram alguma redução. Veja como foram construídos:

Obedecem aos pais = prep. “a” + art. definido “os”

Ansiava pelo novo dia = prep. “por” + art. definido “o”

Ele crê na sua absolvição = prep. ”em” + art. definido “a”

:: Verbos transitivos diretos e indiretos

São verbos que necessitam de dois complementos, dois objetos - direto e indireto, respectivamente - para transmitirem a ação verbal. Alguns exemplos:

Dona Rosa oferecia refeições aos pobres.
(oferecia – oferecer = verbo transitivo direto e indireto / refeições = objeto direto / aos pobres = objeto indireto)

A professora ensinou a matéria aos alunos.
(ensinou – ensinar = verbo transitivo direto e indireto / a matéria = objeto direto / aos alunos = objeto indireto)

Sem que fosse visto, o menino entregou a carta ao pai.
(entregou – entregar = verbo transitivo direto e indireto / a carta = objeto direto / ao pai = objeto indireto).

Percebe-se que, nos exemplos acima, os verbos “solicitam” que o complemento indique: o que se oferecia (refeições) e a quem (aos pobres); o que se ensinou (a matéria) e a quem (os alunos); e o que se entregou (a carta) e a quem (o pai).

:: Exercícios

1 – (FM-POUSO ALEGRE) – Todas as frases abaixo apresentam um predicativo do sujeito, exceto: 

a) O chapéu e o guarda-chuva são novos.
b) As portas estão abertas.
c) A montanha permanecia ao longe.
d) Minha mãe anda adoentada.
e) Sua coragem ficará famosa.

2 – (FM-POUSO ALEGRE) – Os garotos estavam indóceis à espera do grande mocinho. Na frase acima a palavra destacada é:

a) Sujeito.
b) Predicativo do sujeito.
c) Aposto.
d) Objeto direto.
e) Predicativo do objeto.

- Leia o texto a seguir e responda as questões 3 a 6.

Clementina, a gata
Sylvia Orthof

Clementina era uma gata de telhado, dessas gatas listradas. Vivia namorando, miando e tendo gatinhos. Mas era mais pra namoradeira do que pra mamadeira, quer dizer: não cuidava muito bem dos filhotes. Vivia esquecendo de dar de mamar.

Ainda bem que Boby também era bassê, da mesma raça de sua avó. Se você não leu a história de sua avó, bem feito, vai pensar que estou falando de pessoa de sua família, Deus que me livre! É que sua avó era o nome de um cachorro que tive, quando era menina, da mesma raça de Boby, que tive quando meus filhos eram meninos.

Boby cuidava dos gatinhos de Clementina. Só não dava de mamar, por motivo de Boby ser macho. Mas mãe como Boby nunca vi igual.

Boby chamava Clementina de três em três horas, para a desalmada vir alimentar os gatinhos. Clementina, muito namoradeira, não queria vir, ficava requebrando em frente do portão, esquecida de que era uma senhora gata com obrigações familiares.

ORTHOF, Sylvia. Os bichos que tive. Ed Salamandra, 2006, página 61, (fragmento).

3- Na frase "Mas mãe como Boby nunca vi igual!", o ponto de exclamação indica:

a) Admiração.
b) Dúvida.
c) Indiferença.
d) Negação.
e) Indignação.

4- Quem era a sua avó?

a) Nome de um cachorro.
b) Nome de um gato.
c) Nome de uma galinha.
d) Nome da gata.
e) Nenhuma das alternativas está correta.

5) No trecho “...era uma senhora gata com obrigações familiares.”, temos um verbo que expressa:

a) estado;
b) mudança de estado;
c) continuidade de estado;
d) ação da natureza;
e) ação.

6) Em “ Clementina era uma gata de telhado...”, o termo “uma gata de telhado” é classificado como:

a) sujeito;
b) predicado nominal;
c) verbo de ligação;
d) predicativo do sujeito;
e) locução verbal.

Leia o poema a seguir e faça o que se pede.

Pura Verdade

Eu vi um ângulo obtuso
Ficar inteligente
E a boca da noite
Palitar os dentes.

Vi um braço de mar
Coçando o sovaco
E também dois tatus
Jogando buraco.

Eu vi um nó cego
Andando de bengala
E vi uma andorinha
Arrumando a mala.

Vi um pé de vento
Calçar as botinas
E o seu cavalo-motor
Sacudir as crinas.

Vi uma mosca entrando
Em boca fechada
E um beco sem saída
Que não tinha entrada.

É a pura verdade,
A mais nem um til,
E tudo aconteceu
Num primeiro de abril.

José Paulo Paes 

7- De acordo com o desfecho do poema, podemos afirmar que tudo o que o eu poético cantou era:

a) verdade;
b) suposição;
c) sonho;
d) mentira;
e) brincadeira.

8- De acordo com o contexto a palavra “obtuso”, considerando que tenha recebido um novo sentido, significa:

a) rombudo na ponta;
b) aquele que tem dificuldade para aprender;
c) um ângulo com mais de 90º e menos de 180º;
d) estranho;
e) triste.

9- Em: “ Eu vi um nó cego / Andando de bengala”, o termo “nó cego”, considerando o sentido denotativo, é:

a) Uma pessoa que engana todo mundo;
b) Uma pessoa que não enxerga;
c) Um nó que ninguém desata;
d) Uma grande dificuldade;
e) Nenhuma das opções anteriores.


Importante: Todas as quartas-feiras estarei online de 14:00 às 15:00 para tirar as dúvidas de vocês ao vivo no chat do blog!

Bons estudos! Professora Carla

"E lembrem-se de sempre lavar bem as mãos e evitar sair de casa! Somente juntos, com a colaboração de todos, conseguiremos superar esta situação!"



E.M.A.C. Rodrigues Alves

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